Há quem se recorde de Z.A. Feitosa, um dos muitos escritores que emprestaram finura e ousadia aos contos eróticos, que foram publicados em revistas de grande circulação no início da década de 80.
Foram textos escritos sem maiores pretensões, em verdade ao largo de interesses editoriais, preocupados apenas com a distração dos sentidos, mas que surpreendiam o leitor pelo poder de imaginação. Tanto que o melhor de Z.A. Feitosa é, sem dúvida, o seu lado imaginoso.
Sua obra ficou marcada pela combinação rara de lirismo e sexo, que pontificou os seus escritos. Ele soube, como alguns poucos, tratar com largueza os mais diversos temas relacionados ao sexo.
Não é sem motivo, que o seu nome enquanto escritor, cuja produção literária esteve, por muito tempo, voltada para essa classe de revista, ficou intimamente ligado ao subgênero literário chamado de literatura erótica.
Z.A. Feitosa conseguiu, graças ao extraordinário dom de captar sentimentos, criar alguns textos de grande sensibilidade, que, temperados pelo regionalismo e pelas metáforas incomuns, transcenderam das limitações e interinidades das revistas.
Dono de um estilo ímpar, ora recorreu à secura dos ensaios ora à brandura do romantismo para contar, eroticamente, suas histórias ou tecer, de forma lasciva, sua poesia, mas sempre fez da efusão do desejo sexual o mais autêntico meio de expressão dos sentimentos mais íntimos.
É fato que grande parte de sua produção literária só faz sentido dentro do contexto das revistas com apelo erótico, mas isso não diminui o caráter irreverente e gracioso de sua pouco extensa obra, que chegou a merecer alguns louvores naqueles dias.
A despeito do relativo êxito que seus escritos alcançaram naqueles tempos, cioso de sua intimidade, Z.A. Feitosa se apartou involuntariamente das letras em junho de 1984, voltando-se exclusivamente para o universo dessensibilizante dos números.
Ao retomar, por meio deste portal, aquela obra, que foi prematuramente interrompida pelas circunstâncias da vida, Z.A. Feitosa rompe artisticamente o injusto silêncio, que lhe foi imposto, por cerca de 22 anos.
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Z.A. Feitosa (www.feitosa.net)